Imagem: Vista aérea da floresta amazônica, próximo a Manaus. Foto: Flickr (CC)/CIAT/Neil Palmer
O conceito de desenvolvimento sustentável foi consolidado em 1992, durante a Conferência da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Eco-92 ou Rio-92), que aconteceu no Rio de Janeiro. O termo passou a ser usado para designar o desenvolvimento a longo prazo, de modo que o progresso econômico não implique no esgotamento dos recursos naturais utilizados pela humanidade.
Os conceitos de desenvolvimento sustentável e sustentabilidade andam juntos, sendo que o segundo é mais antigo e foi cunhado em 1972, durante a Conferência de Estocolmo. Para saber mais acesse a matéria “O que é sustentabilidade: conceitos, definições e exemplos”.
Enquanto a sustentabilidade abrange principalmente questões relacionadas à degradação ambiental e à poluição, o foco do desenvolvimento sustentável é voltado para o planejamento participativo e para a criação de uma nova organização econômica e civilizatória, bem como para o desenvolvimento social para o presente e para as gerações futuras. Esses foram alguns dos pontos abordados pela Agenda 21, um documento elaborado durante a Eco-92 que estabeleceu a importância do comprometimento de todos os países com a solução dos problemas socioambientais.
No Brasil, a Agenda 21 tem como prioridades os programas de inclusão social e o desenvolvimento sustentável, que inclui as sustentabilidades urbana e rural, a preservação dos recursos naturais e minerais, a ética e a política para o planejamento. O compromisso com essas ações prioritárias foi reforçado em 2002, na Cúpula da Terra sobre Desenvolvimento Sustentável de Joanesburgo, que sugeriu uma maior integração entre as dimensões econômica, social e ambiental por meio de programas e políticas centrados nas questões sociais e, em especial, nos sistemas de proteção social.
Para que o conceito de desenvolvimento sustentável seja aplicado e tenha validade é importante que os direitos humanos sejam respeitados e protegidos. As empresas e os governos têm um papel importante nesse trabalho, conforme indicam os Princípios Orientadores das Nações Unidas sobre Empresas e Direitos Humanos, pois precisam basear suas práticas na responsabilidade e no respeito tanto à natureza quanto aos direitos humanos, correndo o risco de enfraquecer a busca por um desenvolvimento sustentável caso priorizem apenas o lucro acima de qualquer coisa.
Foi em meio às discussões de como estimular um crescimento econômico que não destrua os recursos naturais que surgiram os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), lançados pela ONU em 2015 como uma nova agenda para orientar as decisões internacionais até o ano de 2030. A agenda é composta por 17 itens, tais como erradicar a pobreza, a fome e assegurar educação inclusiva para todas as crianças. Saiba mais sobre o que são os ODS.
Práticas como o consumo sustentável, também chamado de consumo consciente, e ideais como a da Economia Circular e da Economia Solidária estão intimamente ligadas ao desenvolvimento sustentável, pois são formas que propõem uma mudança de comportamento no modo como consumimos e compramos, além de buscar reduzir nossa pegada de carbono. Os três conceitos conversam com a questão ambiental e com a necessária preocupação com o cuidado do meio ambiente.
Envolver a população civil, os governos e as empresas na reflexão sobre o impacto que o estilo de vida e os hábitos de consumo têm sobre o meio ambiente é uma das preocupações do desenvolvimento sustentável. Buscar sempre por soluções baseadas na natureza é uma das formas de agir segundo os princípios do desenvolvimento sustentável.
A ideia desse princípio é procurar sempre por uma solução que agrida o meio ambiente o mínimo possível. Um exemplo de prática alinhada com o conceito, no plano individual, é a adoção de medidas sustentáveis em condomínios residenciais. Saiba mais na matéria: "13 ideias sustentáveis para condomínios". Do ponto de vista dos governos, alguns exemplos de medidas que incentivam o desenvolvimento sustentável são o estímulo à utilização de fontes de energia renováveis, como a energia eólica, a proibição ou limitação do uso de combustíveis fósseis, a implantação de programas ou leis que exijam o reúso de água, o investimento no combate ao desmatamento e em reflorestamento, a implantação de programas públicos de reciclagem e coleta seletiva, entre outros.
Para saber mais, assista a palestra "The age of Sustainable Development" (em inglês, com legendas automáticas em português), ministrada pelo conselheiro sênior das Nações Unidas Jeffrey D. Sachs, professor de economia especializado em desenvolvimento sustentável, na Fapesp.